quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Sobre tatuagem! Ainda existe preconceito?


No dia 10 de março, foi publicado no Caderno Vida do Jornal Zero Hora, o principal do Rio Grande do Sul, um artigo do renomado colunista Dr. J.J Camargo intitulado de “As tatuagens”.



O artigo tem como tema central “a moda da tatuagem na atualidade” e o doutor , considerado um grande formador de opinião, descreve a sua, preconceituosamente. J.J Camargo também deixa claro o conservadorismo e o machismo presente em suas frases:
“Algumas mulheres, lindas e solenes como devem ser as lindas, batem o ponto com uma florzinha discreta na nuca, só visível quando, cheias de charme, enrolam os cabelos sob a aparente alegação, sempre falsa, de calor no pescoço.”
Lindas e solenes como devem ser? Me desculpem, mas não entendi em absoluto essa frase do doutor. Existe alguma forma de beleza que todas as mulheres deveriam seguir?  Péssima colocação e pobre das mulheres.
Ele segue o artigo de forma grosseira e nitidamente sem conhecimento no assunto, para escrever um artigo, necessariamente deve-se saber do que esta falando, e para dar uma opinião mais ainda. Regra número um do jornalismo: não opine sobre o que você não sabe.
“ Até os que praticam a aberração de tatuar o corpo inteiro, que dá aquele aspecto grotesco e repulsivo, e que desafiam os psiquiatras de plantão a tratar uma falência tão absoluta da autoestima.”
O preconceito não é uma novidade em nosso meio, mas achar normal essa publicação em um importante veículo de comunicação, escrito por um profissional renomado não tem como. Não tiro de forma alguma o direito do Dr. J.J Camargo não gostar de tatuagem, mas existe uma diferença gritante entre “não gosto de tatuagem” e “discriminoo tatuados”.
“O que é certo é que todo o tatuado ignora uma verdade absoluta e irrevogável: ele vai envelhecer!
Pensei nisso observando na fila de um banco. Um velho hippie que provavelmente na flor da juventude, lá pelos anos 70, tatuou um jaguar nas costas e uma declaração de amor no peito. Triste ver o bichano acocorado pelo enrugamento da pele”.
Triste é um doutor ter essa mentalidade.
Os textos são tão eternos quanto as tatuagens, ou até mais, uma vez que se alguém se arrepender de ter feito, cobre ou remove, então prefiro exibir minha pele enrugada com minhas tatuagens desbotadas pelo tempo, do que exibir um texto preconceituoso, que uma vez feito, é pra sempre.
Lembrando que a opinião do J.J Camargo, é também a de muitos, é um retrato ignorante da nossa sociedade atual, onde um falso moralismo impera ditando regras de um estilo de vida padrão, tendo ainda a mulher como objeto, o tatuado como marginal e o idoso como inválido.
Resumindo, artigo vergonhoso.
Para ler na íntegra: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/noticia/2012/03/artigo-as-tatuagens-por-j-j-camargo-3691010.html
Daniel (fundador do site e tatuado): Concordamos totalmente com o ponto de vista da Débora neste assunto, lembrando que no artigo do doutor J.J, ele cita a origem das tatuagens de forma totalmente distorcida, não sendo apenas auto-mutilação e sim cultural e tradicional de muitos povos.
Hoje muita gente faz tatuagem por moda, muitas vezes sem saber o significado, ou apenas por achar bonito. Qual o problema nisso?
Como criador desse site, o que mais vejo são pessoas desinformadas e movidas por um ódio cego, vindo comentar e enviar e-mails criticando, já que tatuagem é errado (segundo o ponto de vista delas). Mas em algum momento, vamos analisar o que eles tem por escolhas e sair julgando? Não, muito pelo contrário, se uma pessoa acredita numa religião (e hoje em dia igrejas surgindo do que estúdios de tatuagem), e isso faz bem pra ela, ótimo.
Conseguimos aceitar o ponto de vista de algumas pessoas de gerações anteriores sobre as tatuagens, pois de fato, eram discriminadas e vinculadas à criminosos, mas hoje em dia isso mudou.
Sinceramente, me entristece ver pessoas formadoras de opinião agir dessa forma. Se discorda, pode deixar claro sim, mas não atacar agressivamente sem nenhum embasamento.

Fonte: Maistatuagem

Artigo por: Débora Vaz

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