O lobo sempre foi uma animal presente na mitologia, um ser lend·rio. No entanto, ao contr·rio dos animais que grande porte que povoaram a imaginaÁ„o do ser humano, o lobo n„o tem a grandeza do elefante e nem o porte do le„o. O que faz o homem admirar o lobo È a sua rebeldia que, ao contr·rio do c„o, fez com que ele n„o fosse domesticado e por isso logo passou e ser considerado pelo homem com uma ameaÁa que sondava as criaÁıes e o prÛprio homem, nas estepes, nas montanhas geladas e na escurid„o da floresta.
H· no homem um fascÌnio pelo lobo, uma mistura de admiraÁ„o, e medo e indignaÁ„o por n„o ter conseguido domestic·-lo. Essa mistura de sentimentos fulminantes foram traduzidas em diversas culturas de formas diferentes, estando muito presentes na Tatuagem.
Nas lÌnguas raiz est· a origem de muitos termos atuais ligados ao lobo, em s‚nscrito chamava-se VRIKA, no persa VRAKA, em grego LYKOS ou LUKOS, no latim , LUPOS, em eslavo VULKII e em lituano VILKA. No entanto, no que se refere a significaÁ„o e deificaÁ„o de sua imagem, as culturas diferem muito, porÈm, a admiraÁ„o ao lobo È universal da prÈ histÛria atÈ a nossa Època, dos pictogramas e totens atÈ a literatura, a m˙sica e o cinema atuais.
O Lobo na mitologia
Os lobos s„o mencionados na mitologia Hindu. No Harivamsa, Krishna, para convencer o povo de Vraja a migrar para Vrindavan, cria centenas de lobos de seus cabelos, que assustam os habitantes de Vraja, obrigand-os a fazer a viagem. No Rig Veda, Rijrsava fica cego por seu pai como puniÁ„o por ter dado 101 ovelhas de sua famÌlia para uma loba, que por sua vez pede ao Ashvins para restaurar sua vis„o. Bhima, filho voraz do deus Vayu, È descrito como Vrikodara, que significa "lobo- tolerado".
Na mitologia dos povos turcos e mongÛis, o lobo È um animal reverenciado. Os povos xam‚nicos turcos acreditavam que eles eram descendentes de lobos. A lenda de Asena È um velho mito que diz como os povos turcos foram criados. No Norte da China uma pequena aldeia turca foi invadida por soldados chineses, mas um pequeno bebÍ foi deixado para tr·s. Uma velha loba com uma juba azul-celeste chamado Asena encontrou o bebÍ e cuidou dele, ent„o a loba deu ‡ luz e metade dos filhotes eram lobos, metade humana, desse nascimento, surgia o povo turco.
TambÈm na mitologia turca acredita-se que um lobo cinzento mostrou aos turcos a saÌda de sua terra natal Ergenekon, o que lhes permitiu se espalhar e conquistar seus vizinhos. Na Turquia moderna este mito inspirou grupos de extrema-direita nacionalista conhecido como "Lobos Cinzentos". Na medicina mongol popular, comer os intestinos de um lobo È remÈdio para aliviar a indigest„o crÙnica, enquanto a aspers„o de alimentos com lobo em pÛ È remÈdio para curar hemorrÛidas. Alguns mongÛis acreditam que Gengis Khan foi o produto de uma uni„o de um lobo azul e um cervo. Na mitologia Mongol se explica o h·bito do lobo de matar as ovelhas, apontando a sua tradicional histÛria da criaÁ„o, nela se afirma que, quando Deus explicou ao lobo o que deve e n„o deve comer, disse ele que pode comer uma ovelha em mil. No entanto, o lobo entendeu mal a mensagem e interpretou como podendo matar mil ovelhas e comer somente uma.
RÙmulo e Remo se alimentado na loba que os criou
Na mitologia romana, um lobo foi respons·vel pela sobrevivÍncia da inf‚ncia dos fundadores de Roma, RÙmulo e Remo. Os bebÍs gÍmeos foram ordenados a serem mortos por seu tio-avÙ Am˙lio. O servo mandou mat·-los, no entanto, com pena dos pequenos colocou os dois nas margens do rio Tibre. O rio, que estava na cheia, se levantou e delicadamente levou o berÁo e os gÍmeos a jusante, onde sob a proteÁ„o da divindade Tiberinus foram postos ‡ margem onde seriam adotados por uma loba conhecida como Lupa na AmÈrica, um animal sagrado para Marte.
Na Finl‚ndia, ao contr·rio da raposa e do urso, o lobo sempre foi temido e odiado, sendo sÌmbolo de destruiÁ„o e desolaÁ„o, na medida em que o prÛprio nome de lobo na lÌngua finlandesa, susi, significa tambÈm " in˙til" e ìhukkaî significa perdiÁ„o e aniquilaÁ„o. Enquanto o urso tem sido o animal sagrado dos finlandeses, os lobos sempre foram caÁados e mortos sem piedade. O lobo sempre foi representado como predador implac·vel e malicioso, matando mais do que consegue comer.
Fenrir
Na mitologia NÛrdica, este animal È representado por FENRIR, filho de Loki com a giganta Angrboda. … um lobo monstruoso que È acorrentado pelos deuses atÈ o advento do Ragnarok, quando ele se soltar· e causar· grande devastaÁ„o antes de devorar o prÛprio Odin.
Na ChechÍnia, os lobos s„o quase sempre retratados de uma forma positiva, um equivalente para a ideia de naÁ„o retratada como ìM„e Loboî.
Cl„s de lobos s„o muitas vezes equiparados aos teipes chechenos. O lobo para os chechenos n„o È sÛ o animal nacional, mas tambÈm a incorporaÁ„o nacional, e o lobo È frequentemente usado para mostrar o orgulho. … not·vel que a equaÁ„o de "lobos = chechenos", tambÈm de certa forma se relaciona com o personagem da ChechÍnia, uma vez que reflete a forma como os chechenos se veem: inteligentes, organizados em cl„s, Fieis, e corajosos.
SÌmbolo checheno
A ligaÁ„o do lobo com os chechenos vem do mito "fundador" da naÁ„o chechena. Nele È dito que os chechenos s„o descendentes de Turpalo-Noxchuo.
No Jap„o, os produtores de gr„os adoravam os lobos em santu·rios e ofereciam comida deixada perto de suas tocas rogavam a esses animais a proteÁ„o de suas colheitas contra os javalis e veados. Talism„s e amuletos adornados com imagens de lobos foram pensados para proteger contra incÍndios, doenÁas e outras calamidades e para trazer fertilidade para as comunidades agr·rias e os casais que esperam por filhos. O povo Ainu acredita que eles nasceram da uni„o de uma criatura semelhante a um lobo e uma deusa.
Na AmÈrica, lobos eram geralmente reverenciado por tribos que sobreviveram atravÈs da caÁa, mas foram pouco adorados por aqueles que sobreviveram atravÈs da agricultura. Algumas tribos, como a Nunamiut do norte e noroeste do Alasca e os naskapi, respeitavam a habilidade do lobo na caÁa e tentaram imit·-lo. Outros veem o lobo como um guia. O Tanaina do Alasca acredita que os lobos eram homens transformados que os guiavam como irm„os.
Para os Ìndios das planÌcies da AmÈrica do Norte, o lobo representa o oeste, enquanto que para os Pawnee, representa o sudeste. De acordo com o mito da criaÁ„o Pawnee, o lobo foi a primeira criatura a ter experiÍncia da morte. O lobo estrela, enfurecido por n„o ter sido convidado para participar de um conselho sobre como a Terra deveria ser feita, enviou um lobo para roubar a bolsa das tempestades que vem do Oeste e que continha os primeiros seres humanos. ApÛs serem libertados da bolsa, os humanos mataram o lobo, trazendo a morte para o mundo.
Lobos nem sempre foram retratados de forma positiva em culturas nativas. Os Inuit Netsilik e Takanaluk-arnaluk acreditava que a casa Nuliayuk era guardada por lobos. Os naskapi Acredita-se que apÛs a morte,o caribu È guardado por lobos gigantes que matam caÁadores descuidados que se aventuram muito perto. O povo Navajo temia as bruxas em pele de lobo chamado. Os lobos eram temidos pelos Tsilhqot'in que acreditavam que o contato com os lobos resultaria em doenÁas nervosas ou na morte.
Em diversas culturas orais os Lobos foram retratados em histÛrias, algumas t„o antigas que chegaram a perder o car·ter mÌstico e assustador e foram adaptadas aos contos infantis, quem nunca ouviu histÛrias de lobos como a do ìChapeuzinho Vermelhoî e a dos ìTrÍs Porquinhosî.
Para as sociedades urbanas o lobo È uma figura distante, com pouca significaÁ„o. No entanto, os povos que tem uma ligaÁ„o Ìntima como esses animais traduzem bem o que ele representa: ast˙cia, forÁa, inteligÍncia, velocidade, coragem, organizaÁ„o com seus pares no ataque e na defesa e destruiÁ„o e indiferenÁa aos inimigos.
Fontes
http://www.nova-acropole.pt
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_n%C3%B3rdica
http://pt.scribd.com/doc/2259353/Mitologia-Greco-Romana
http://en.wikipedia.org/wiki/Wolves_in_folklore,_religion_and_mythology
